Conhecida também como Semana de 22, a Semana de Arte Moderna foi um evento que aconteceu no Teatro Municipal da cidade de São Paulo, no ano de 1922, durando do dia 11 a 18 de fevereiro.
O espaço foi alugado por um valor que corresponde hoje À R$ 20.000,00 para a recepção de um evento que era voltado a um novo tipo de movimento: a arte moderna. Ela sofreu uma forte influência de vanguardas europeias e se refletia em uma fase de progresso e desenvolvimento da indústria pela qual a cidade passava naquele momento.
Até então, a cidade do Rio de Janeiro era considerada a capital cultural do país, fazendo com que a elite ficasse um pouco confusa quanto a escolha do local onde aconteceria tal evento, o qual influenciou fortemente os rumos culturais que o país tomaria a partir de então. É possível observar seus reflexos até 40 anos depois com o tropicalismo de Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Essa semana foi o marco inicial da era modernista no Brasil e contou em cada dia com um aspecto cultural diferente nas exposições de trabalhos de artistas: pintura, escultura, poesia, literatura e música.
Tal evento buscava abolir de vez a perfeição estética que eram tão apreciada no século XIX, os artistas brasileiros estavam em busca de sua própria identidade e que pudessem ter liberdade de expressão para se manifestarem quanto as suas indagações e concepções, se utilizando de diferentes caminhos e nenhuma padronização.
A cidade de São Paulo entrava em um momento sublime de efevercência cultural, uma vez que estava rodeada de diversas formas de linguagens, experiências artísticas e uma liberdade de se criar como jamais se vira antes. Foi um rompimento definitivo com o passado.
Artistas convidados
Oswald de Andrade: um dos organizadores do evento, fez uma crítica ao compositor Carlos Gomes e seu convite para que os estudantes da época demonstrassem seus pensamentos jogando tomates no palco.
Anita Malfatti: a artista se tornava cada vez mais popular depois que Monteiro Lobato fez críticas ferrenhas a seus quadros, apresentou um total de 22 obras expressionistas no evento. O escritor Mário de Andrade era um grande admirador seu.
Mário de Andrade: foi um dos idealizadores do evento, conduziu a palestra “A escrava que não é Isaura” e apresentou uma proposta para que a língua portuguesa passasse a se abrasileirar voltando ao nativismo.
Manuel Bandeira: estava longe dos palcos há algum tempo devido a uma crise de tuberculose teve seu poema “Os Sapos” interpretado por Ronald de Carvalho, o qual foi um soco no estômago de escritores parnasianos.
Heitor Villa-Lobos: o compositor encantou o público com seu repertório composto por músicas clássicas que continham um tempero de maxixe, samba e choros. Segundo Anita Malfatti, tal mistura iria “abalar as paredes do velho Municipal“.
Após a Semana
A Semana de Arte Moderna sofreu ao ser alvo de duras críticas por parte da elite brasileira e da imprensa, onde o público conservador se referiu aos vanguardistas como se eles estivessem subvertendo a arte com conceitos futurista endiabrados.
Sua real importância só começou a ser notada ao longo do tempo, onde a inserção das ideias apresentadas no evento se expandiram para movimentos posteriores, como o Movimento Pau Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e o Movimento Antropofágico.