É denominado como metabolismo lipídico ou metabolismo dos lipídios um processo que acontece no fígado, sendo os lipídios provenientes dos alimentos ingeridos e da reserva orgânica, que corresponde ao tecido adiposo da estrutura corporal dos seres humanos.
A maior parte dos lipídios que consumimos diariamente estão sob forma de TG (triglicerídios), onde sua ingestão varia entre 25 à 105 gramas. Quando ocorre o armazenamento de TG por ácidos graxos, considera-se a composição mais importante e eficiente que os carboidratos quando se dão por glicogênio.
Quando o organismo começa a necessitar da energia do metabolismo, os TG’s são liberados e onde conseguem ser revertidos em ácidos graxos livres para posteriormente serem oxidados e transformados em energia. Outros lipídios que também compõem esse processo e que fazem parte da dieta alimentar dos humanos são as vitaminas lipossolúveis, os fosfolipídeos e o colesterol.
No duodeno, através da ação da bile (produzida no fígado e transportada pelo canal colédoco até a primeira parte do intestino), os lipídios são emulsionados, isto é, ligados entre si, formando partículas de 500 à 1.000 micra de diâmetro, onde a maioria dos seus compostos se dão na forma de TG.
Essas partículas são responsáveis por ativar as lipases pancreáticas, caracterizadas como as enzimas responsáveis por realizar a digestão dos lipídios. Se localizam no suco pancreático, onde atuam somente em pH alcalino, entre 8 à 8,5, processo garantido pelo bicarbonato de sódio que se encontra na mesma região.
A digestão é realizada através da quebra dos lipídios em ácidos graxos livres e monoglicerídeos pelas lipases, onde posteriormente acontece a catalisação da hidrólise dos triglicerídeos, proporcionando a formação de dois monoglicerídeos e dois ácidos graxos (principais mecanismos produtores de energia do corpo).
No enterócito jejunal, o colesterol é convertido em ésteres de colesterol e os monoglicerídeos juntamente com os ácidos graxos livres são ofertados ao retículo endoplasmático (REL), substância que converte ambos compostos novamente em TG.
O conjunto de TG com as vitaminas lipossolúveis, ácidos graxos livres, fosfolipídeos, colesterol e seus esteres, quando reagem com o retículo endoplasmático e as proteínas, formam partículas estáveis, chamadas de quilomícrons quer são englobadas pelo próprio REL.
A partir desse momento, os vacúolos se abrem para o espaço extracelular, onde sua composição é captada pela ninfa, que penetra os vasos linfáticos e os ductos lactíferos até chegar ao ducto torácico, onde libera uma corrente circulatória venosa.
Uma vez que os quilomícrons se transportam pela circulação, através dos sinusoides hepáticos, são liberados no espaço de Disse e entregue à vilosidades dos hepatócitos, compostos responsáveis por remover os TG’s, hidrolisando-os em glicerol e ácidos graxos livres, que são utilizados para dar energia ao metabolismo ou são esterificados pelo retículo endoplasmático rugoso, formando lipoproteínas que são exportadas pelo hepatócito e utilizadas por outros órgãos do corpo.
Em relação a formação das lipoproteínas, os fosfolípides sintetizados no hepatócito são fundamentais por fornecer a sua estabilidade, além de empenharem papel importante na formação das membranas celulares. O retículo endoplasmático rugoso e o TG podem servir como fonte de energia dependendo da sua conversão, como em colesterol.
Depois de serem convertidos em ácidos graxos livres e glicerol, os quilomícrons também são ofertados aos adipócitos pela ação de lipases lipoproteicas nas células endoteliais dos capilares, que são bastante presentes no tecido adiposo. Ao final de todo o processo, o glicerol é disponibilizado ao fígado, onde consegue ser reutilizado pelo órgão.